sábado, 22 de março de 2014

PARA ELES, ECOLOGIA É FRESCURA DE DESOCUPADO

 
PARA ELES, ECOLOGIA É FRESCURA DE DESOCUPADO

Uma e quarenta e cinco da manhã e do apartamento onde moro, num prédio encravado no meio de um mundo de cimento, ferro e asfalto, ouço o canto agoniado de uma maritaca. É frequente eu ver e ouvir bandos dessas aves voando e soltando seus gritos desesperados por aqui. Sinto-me profundamente entristecido e odiento pelo fato de um animal silvestre tentar sobreviver num ambiente tão inóspito, por conta da invasão do seu habitat pelos humanos, graças à anuência irresponsável, perversa e sórdida dos gestores públicos, para os quais nada é relevante senão os votos que capitalizam em virtude de permitirem a favelização das serras e morros, as vantagens que auferem em consentirem a construção de condomínios e bairros em áreas inadequadas como matas, florestas, bosques. Fosse o Brasil um país sério, e essa  escória estaria respondendo por crimes ambientais em longa permanência nas cadeias.
Ouço e vejo micos, gambás e gaviões nos lugares mais impróprios, em meio a postes, fios de rede elétrica, muros de casas, telhados de apartamentos, árvores de zonas urbanas, à mercê das crueldades dos boçais perversos que não os respeitam e se lixam para o fato de que os bichinhos só estão tentando a sobrevivência nas áreas que lhes ficaram após terem visto suas casas roubadas, arrebatadas por invasores e especuladores imobiliários . Não tenho dúvida de que isto ocorre também em países estrangeiros, mas não podemos administrá-los, e o fato de o seu vizinho ser impunemente pedófilo não lhe dá o direito de copiá-lo. Não me conformo com tanta crueldade e tanto descaso com o meio ambiente.
As enchentes e secas, os calores insuportáveis que vêm ocorrendo sobretudo aqui no Rio são os frutos que colhemos por conta da maldade e calhordice desses elementos.
O Brasil é uma vergonha em matéria de política ambiental, um país que não não tem o menor respeito por seus habitantes, a natureza e a questão ecológica. Não dá aos seus cidadãos nenhum motivo de orgulho. Também pudera. O que se poderia esperar de um país onde o viaduto da Perimetral é derrubado, roubando dos cariocas doze pistas de acesso ao Centro da Cidade? Que expectativa podemos ter de uma nação que engana os carentes com bolsa-família ao invés de tentar minimizar de um modo sério e efetivo a questão da miséria?
Terra de muitas falácias e abundante e impune corrupção, como poderia se preocupar com assuntos como preservação da natureza? Nada aqui é importante além da locupletação dos políticos: ecologia, assim, é só uma preocupação e excentricidade de quem não tem nada para fazer. Pobres animais vitimados pela safadeza nacional.

Barão da Mata

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

NÃO APOIAMOS VÂNDALOS DE ALUGUEL E ASSASSINOS

NÓS, DE "OS PENSADORES DE BIROSCA", E "VISÃO E VERDADES", SEMPRE APOIAMOS OS MANIFESTANTES VERDAEIROS, MAS JAMAIS ESCREVERÍAMOS UMA VÍRGULA EM PROL DE VÂNDALOS ( DE ALUGUEL OU NÃO) OU ASSASSINOS.

BARÃO DA MATA 
LEÔNIDAS FALCÃO
MI GUERRA
JULIANA BRAGA

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

ESTAMOS MESMO VOLTANDO AOS TEMPOS DA BARBÁRIE?

Por menos que queiramos reconhecer, vivemos nos dias de hoje o mesmo tempo de barbárie vivido na Antiguidade.  Falo de barbárie nas relações entre os homens - com a explosão da violência (como em Roma, Grécia, etc...) - ,  na área social, onde a mão-de-obra é explorada de maneira quase escravista (Não podemos deixar de considerar que a escravidão só foi abolida porque pagar um salário irrisório é muito mais  barato do que alimentar e dar saúde a um escravo), onde as políticas sociais genuínas vão sendo pouco a pouco suprimidas.
Se decênios atrás os governos tinham papel social, a revitalização do caduco e cruel liberalismo econômico (sob o nome neoliberalismo) deu-lhes outra função muito diversa, que é a de sustentar a solidez financeira das empresas em prol unicamente das empresas, relegando os trabalhadores a meras peças de trabalho com o encargo de produzir a cada vez mais, sem no entanto colher os frutos do próprio empenho.  Exemplo disto é o fato de os empregados coreanos trabalharem lonquíssimas horas em troca de ganhos absolutamente insuficientes, quer na China como em outros países da Ásia e da Europa.  É a neoescravização das classes trabalhadoras, a nova miserabilização dos pobres, que se arrima na antidemocracia dos países desenvolvidos para os estrangeiros e no autoritarismo ou despotismo esclarecido, para seus próprios povos, de inúmeras nações africanas, latinoamericanas e européias oriundas do extinto Pacto de Varsóvia.  
A tentativa de Portugal, Grécia, França,  Estados de direito mais dignos da expressão, no sentido de reformar a previdência e suprimir ou reduzir direitos sociais bem corrobora o que digo.
No campo das relações internacionais, enquanto algumas décadas atrás os países mais poderosos, como os Estados Unidos,  agiam com mais sutileza e um certo cuidado diplomático antes de empreenderem uma invasão ou carnificina, hoje este tipo de prática se dá de forma evidente, clara, sob o nariz e os olhos arregalados da opinião pública mundial.
Se nos ativermos ao caso específico do Brasil, que não enfrenta nenhuma guerra internacional, vemos que age com complacência na guerrilha urbana em prol do crime que enfrentamos.  Motivos? Negligência, desinteresse por parte das autoridades quanto ao caos urbano que vivemos, envolvimento de alguns homens incumbidos de lutar contra práticas facinorosas, preocupação exacerbada dos políticos em não trabalharem senão para a conquista de um novo mandato já a partir do dia em que tomam posse.   Mais: a violência urbana há muito deixou (se um dia foi) de ser razão de preocupação para os que vivem da carreira política.
E por aqui não só se negligencia sobre a violência e a segurança, mas também sobre a educação, a habitação e a saúde, e isto é um fator gerador de guetos de produção de criminalidade em larga escala. 
Como repito há muito tempo, todos nós, trabalhadores, dirigentes públicos e privados, pequenos e médios empresários, somos como bilhas que auxiliam no movimento de engrenagens imensas, sendo importantes apenas quando agrupados, pois juntos fazemos girar a pleno vapor essa gigantesca roda que só resulta  em frutos para as famílias e grupos mais abastados do planeta.  Da mesma forma como no passado o mundo produzia para que o resultado de tanto labor fosse revertido para os poderosos de Roma.
A meu ver, infelizmente, de nada adiantariam revoluções e mais revoluções, guerras e mais guerras, sublevações e mais sublevações, porque o sistema tem um instinto de autopreservação demasiadamente aguçado e conseguiria sobreviver a qualquer coisa que se parecesse com mudanças, inserindo seus representantes em toda hipotética nova ordem, para recuperar com impressionante brevidade os espaços que aos olhos mais ingênuos parecessem perdidos.
Em conclusão, o que digo é que, apesar do aumento da incidência dos casos de crueldade nos últimos não indicam que estejamos voltando aos tempos da barbárie, mas que a barbárie, sim, é que nunca se ausentou dos tempos. 

Barão da Mata

sábado, 11 de janeiro de 2014

O TRISTE LEGADO DE ARIEL SHARON


Morre Ariel Sharon após oito anos de coma.  Com todo o respeito ao povo judeu, esse homem está para mim longe de ser  um herói ou exemplo a ser seguido.  Odiado pelo povo palestino, no início da década passada, quando a OLP e Israel estavam a um passo de selar um acordo de paz, visitou território palestino considerado sagrado; intuito: acirrar os ânimos do povo subjugado e jogar por terra a então iminente conciliação.  Seu objetivo foi alcançado, e a guerra perdurou até os dias de hoje.  Muitas mortes, flagelos e tragédias continuaram acontecendo em decorrência do seu gesto provocativo.   E um povo (palestino) dominado permaneceu sob o jugo do outro, e muitas vidas vêm sendo ceifadas até a presente data por conta dos conflitos.  Nenhuma criatura deveria viver sujeita aos desmandos de outra, muito menos nenhuma gente deveria viver tiranizada por outra.  Por isto, não vejo motivo algum para lamentar a morte de um homem que tantou mal causou a tantos homens.

Barão da Mata

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A MINHA GRANDE IMBECILIDADE EM TER TENTADO CONTAR COM A GLOBO

tomei conhecimento de que o "Fantástico" veiculou uma matéria em que ensinava como preparar uma tartaruga para degustação.  Mas que imbecil eu fui!  Acho que eles se cansaram de fazer o papel do policial bonzinho.  Sugiro que nas próximas edições instrua o público sobre como cortir couro de onça, caçar tatu, anta, paca, lobo-guará, capivara, etc...
É ISSO AÍ! MOSTRA, GLOBO, A TUA CARA!

2014

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A PESCA PREDATÓRIA EM NITERÓI E A INDIFERENÇA DAS AUTORIDADES QUANTO AO SEU PAPEL


Praia de Itaipu: o que poderia ser um paraíso

No sábado, 03 de janeiro de 2014, fui tomar umas cervejas na praia de Itaipu, Niterói e, num determinado momento, ouvi uma barulheira, uma certa algazarra ao redor, mas não me abalei, porque em geral sou indiferente ao que a turba faz à minha volta.  A moça que conversava comigo, entretanto, chamou-me a atenção para o fato de tratar-se de pescadores que haviam invadido a praia, que é área de preservação ambiental, e que ainda haviam pescado, entre peixes,  tartarugas - que a todo momento põem ali a cabeça fora d'água para respirar.  Levantei-me de imediato para conferir e, quando me disseram que haviam pegado peixes e quelônios, fiquei indignado e comecei a gritar desesperadamente que aquilo era pesca predatória e que não podia continuar.  Não fora preciso porém que eu me manifestasse, porque, dos dois barcos que ali predavam, trazidos por duas traineiras,  um já fora apreendido com uma rede por banhistas e alguns voluntários que protegiam o balneário. 



A embarcação foi suspensa do chão e levada com a rede para uma área da areia bem distante das águas.  Era uma malha extremamente minúscula, mal passaria pelos orifícios algo do calibre de uma caneta esferográfica.   Estávamos todos muito indignados, e eu liguei para o serviço 190 da PM, onde se limitaram a me informar o número de telefone da Capitania dos Portos, que eu nem sequer pude ouvir por conta do barulho à volta. 
Mais de uma hora após a apreensão do barco, compareceu um fiscal do INEA (Instituto Estadual do Ambiente) e limitou-se a chamar uma viatura para recolher  o bote com a rede, da qual uma testemunha levou um pedaço para tentar fazer prova policial.  Esta pessoa pedia, inclusive, que a Guarda Costeira fosse contatada imediatamente, pra que se pudesse lavrar o flagrante, mas o representante do Instituto parecia mouco aos seus e nossos apelos. 
Fiquei por ali até quase nove da noite, deixando os homens a discutir, entre os quais havia um que informou que filmara tudo.  Agora, morador do Rio, saí de Niterói umas duas horas depois e não sei o desfecho que teve a história.   
O que sei é que a Guarda Costeira não foi acionada, que alguns banhistas afirmaram que outros episódios de pesca de mariscos, sardinhas de ínfimo porte e tartarugas são frequentes naquela região e que a guarda Costeira, quando chamada, nem sequer se abala.  Mais ainda: disseram que aqueles piratas vêm do sul país em busca de iscas para atuns, que "limpam" todas as pedras marinhas de toda forma de vida que nelas se incrustam, que pescam os maiores e os menores filhotes de peixes que por ali se aventuram e não perdoam as tartarugas, prato muito servido em restaurantes que se dão a querer servir comidas exóticas.
Cheguei a uma certa hora a receber um telefonema da polícia, que perguntou se os piratas estavam em terra ou no mar, ao alcance das viaturas.  Respondi que estavam ao largo (os banhistas e pescadores não os prenderam) e ouvi que então nada mais os policiais podiam fazer, sendo então a questão de competência das autoridades marítimas.
As perguntas que me faço e nos faço são:  por que, quando liguei, a PM não fez imediato contato com a polícia marítima, já que isto, sim, era de sua competência?  Que papel têm neste contexto a Capitania dos Portos e a Guarda Costeira? 
No dia seguinte, à tarde, liguei para a TV Globo, tentando sugerir a matéria ao "Fantástico", porque tinha certeza de que pouca coisa aconteceria se a imprensa não fosse mobilizada.  Passei todos os detalhes que tinha, inclusive o nome do bote apreendido: SKIPER II.  O que depreendi foi que, se o assunto não interessar à Globo, tudo, inclusive as tartarugas que supostamente (ou realmente) foram capturadas e neste momento já foram provavelmente degustadas, será mais um crime ambiental que ficará impune.
Dias antes já ligara eu, aqui do Rio, para a prefeitura do Munícípio e especificamente para a Secretaria de Proteção e Defesa aos Animais, dando conta do desaparecimento e dos rumores de possíveis maus tratos a animais, e a entidade não se dispôs a mandar um fiscal sequer para apurar a questão, afirmando que o caso era para autoridade policial. Assim, eu teria de saber o culpado ou culpados e ainda ter testemunhas, além de  de peticionar formalizando a acusação.
Outra pergunta que faço é a seguinte: por que os órgãos de fiscalização, policialmento e repressão de crimes no Brasil não funcionam?  É como se se recusassem assumir o seu papel e as suas atribuições.  A última pergunta que faço a mim, aos governos em todos os âmbitos e à própria mídia é: se os órgãos encarregados de certas  funções não as cumprem, que país, por favor me digam(!), que país é este onde vivemos?  

Barão da Mata  

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ELES NÃO DEFENDEM A CIÊNCIA, MAS A CRUELDADE

Reconheço que sofismar é algo que, na maioria das vezes, requer talento e competência.  Não é para qualquer imbecil. Pois do contrário fica um monte de palavras e ideias sem fundamento atiradas ao léu. Embora reconheça a inteligência de quem sabe induzir o locutor a refletir de modo errado, não vejo o sofisma com muita simpatia, porque em geral vem acompanhado de uma dose cavalar de sordidez.  
Digo isto porque foi com imensa revolta e  indignação que li e vi os que na mídia defenderam o uso de cães da raça beagle e outros animais como cobaias para experimentos em laboratórios.  Houve um cientista (ou alguém que assim se disse) que afirmou que aquela atitude dos salvadores em relação aos cães martirizados pelo infame laboratório prejudicava a pesquisa contra o câncer.  Gozado: não sabia que câncer se combatia com cosméticos.  Este, cientista ou não, se enquadra entre os sofistas idiotas - ou, se é gênio, é do mal, e, sinceramente, um gênio bastante babaca nos argumentos.  Um leitor se manifestou n' "A Folha" e, achando que dizia algo pejado de extrema sabedoria e conhecimento técnico, chamou atenção para o fato de que era preciso que entendêssemos que são cães que não são de estimação, mas para utilização como cobaias.  Se o argumento vale, os sádicos amanhã vão fazer atrocidades com crianças pobres, alegando que não são crianças de estimação, mas criadas para fins de pesquisa.  Sugeriria que a mãe do pústula, que certamente é uma criatura sem nenhum valor estimativo, seja colocada no lugar dos torturados cachorrinhos, porque não tenho dúvida de que é uma puta da pior qualidade, dessas que armam arapucas para seus "clientes" serem roubados ou furtados.  Dois pesquisadores com cara de puxa-saco de patrão, em entrevista ao "Fantástico", alegaram a impossibilidade de se fazerem experiências sem animais, mas foram contestados por um biólogo inglês renomado que mostrou que há, sim, como trabalhar em pesquisas usando células de tecidos humanos, o que pouparia até os ratos indefesos e dóceis que os algozes utilizam em suas atrocidades.  O Ernesto Paglia, excelente garoto de recados dos Marinho, bem que tentou que os entrevistados que se opõem às práticas de perversidades adotassem outra posição, mas estes últimos foram firmes e seguros em suas convicções.
Ver gente defendendo o desrespeito à vida e à integridade física e psíquica dos indefesos e inocentes animais dá uma profunda tristeza de viver num mundo onde um número considerável de pessoas não respeita a vida, a dor e o sofrimento que não ocorre em si próprias. Não vou jamais dizer que são assim porque são humanos: a Nicole Puzzi, a Luíza Mel, os ativistas que salvaram os animais e a comissão de deputados federais que solicitou o fechamento do laboratório durante as investigações também são seres humanos, mas parecem de estirpe bastante diferente:  compassivos, lutadores, heroicos,  corajosos, compreensivos, sensíveis, avessos a creueldades e mais enquadrados ao pensamento de boa índole de Alberto Schweitzer, Francisco de Assis, Mahatma Ghandii, outros famosos e não-famosos dotados de bondade e de sangue nas veias.
O mundo está cheio de psicopatas perversos, e o número de soldados que os líderes mais cruéis da história arrebanharam para os seus empreendimentos expansionistas bem o prova, e aqueles que preconizam o uso dos bichinhos para cobaias nos trabalhos da Ciência são como os militares da SS e da Gestapo, como os perversos guerreiros que se apossam dos despojos de guerra entre estupros, matanças, humilhações, torturas, atos hediondos e lamentáveis.  Alegam que fazer sofrer os animais é o meio mais fácil, prático e barato, mas na verdade o que os fascina é matar, causar dor, sofrimento lancinate, e se comprazem em martirizar qualquer criatura mais fraca e inapta para a autodefesa, num exercício de maldade e sadismo que lhes é indispensável e essencial como o ar que respiram.  São pessoas horripilantes, de uma crueldade sem medidas, de uma demonicidade que não os difere dos grandes carrascos do crime ou mesmo da lei, quando esta se põe ao lado dos mais iníquos objetivos.
São pessoas que sentem um prazer insano em cortar, decepar, mutilar, retalhar, envenenar, capazes de ficarem horas intermináveis a se comprazer em observar as mais longas e deploráveis cenas de dor e sofrimento. 

Barão da Mata