quinta-feira, 22 de agosto de 2013

TEMOS A TV QUE MERECEMOS?



Alguém é capaz de explicar em que absurdo se transformou a programação da TV aberta brasileira? Foi assim, meio depressa, meio devagar. E a gente sempre querendo crer no poder de escolha do telespectador. Quando acordamos, aquele velho e conhecido cubo luminoso tinha virado uma película delgada. Mas não é sua aparência, o que preocupa, é realmente o conteúdo.

 

Digamos que numa quina da tela, está o Pânico. O programa, que outrora carregava no humor non sense, carregou tanto que ficou ininteligível, e perdeu a graça. 

 

No outro canto, o retorno de João Kleber, com força total! ele com seus testes de fidelidade acima de qualquer suspeita.

 

As velhas novelas continuam monopolizando assunto por aí, como de costume. Ganharam outra dinâmica, é verdade. Os dramas vão e vêm com maior velocidade. Mas para resumir, atualmente, enquanto anseiam pelo beijo gay, vão testando a tolerância e vencendo, aos poucos, a resistência da audiência mais tradicional e conservadora.

 

O incrível mesmo encontramos na TV do Bispo. Lá vem o seu reality show rural em que os participantes são celebridades. O programa tornou-se, recentemente, uma tempestade de cusparadas na cara entre os "artistas". Coisa de pedir socorro ao Ratinho, de envergonhar qualquer um, menos a equipe do programa, que exibe, satisfeita, toda a baixaria, como se fosse uma entrevista do Amaury Junior no Copacabana Palace.

 

O mais assustador ainda está por vir. Não parece óbvio  que as "celebridades", ainda que não sejam artistas de verdade e sim oportunistas despreparados, deveriam prezar por sua imagem e manter assim a "boa fama", com o objetivo de construir uma carreira de sucesso? Então, por que, num programa de "famosos", esses indivíduos escancaram este comportamento sub-humano, mesmo sabendo que podem estar sendo observados por milhares, até milhões de pessoas?

 

Pois, amigos, ainda que conhecedor da predileção do Homem pelo sensacionalismo e pela polêmica, sempre acreditei que havia um limite para isto. Mas qual foi minha surpresa quando descobri que o espetáculo de cusparada alavancou a audiência do programa, dando sinal verde para os camponeses da TV usarem e abusarem da saliva.

 

Hipocrisia? Falso moralismo? Será mesmo? Pela primeira vez na vida me vejo do outro lado da questão. E todo aquele papo de que só assiste a porcarias quem quer, virou balela. Diante da falta de opções, o controle remoto virou uma arma sem munição. Ao menos para aqueles que não podem pagar para ter uma programação por assinatura.

 

Não quero, de forma alguma, propor uma Tropicália às avessas para pedir a volta da censura. Liberdade de expressão sempre. Isto não é uma questão de censura. É de bom senso.

 

Leônidas Falcão


 

 

 


 Cartaz das manifestações de 20/06/13 no Rio de Janeiro